

Quando vi a Andreia pela primeira vez, o que me chamou a atenção foi a sua idade. A Andreia é demasiado jovem para se sentir da forma depressiva que se sentia por não se achar bonita, por ter vergonha da sua aparência, por não poder viver com conforto e autoestima.
Em qualquer idade, mas principalmente quando somos jovens, é fundamental sentirmos-nos confortáveis com a nossa imagem porque isso projeta a nossa identidade para os outros. Se não gostarmos da nossa aparência pode ter consequências muito graves na nossa saúde mental.
O que mais a incomodava era o seu sorriso e isso era fácil de perceber porque sentíamos que a Andreia não estava confortável ao falar conosco quando chegou à clínica.Tapava a boca com a mão algumas vezes e nos olhos, víamos o seu choro compulsivo.


Depois de conversarmos um bocadinho, tive ainda mais vontade de pôr mãos à obra para poder ajudar a Andreia a sentir-se a mulher forte que é. Isto era sem dúvida o que ela estava a precisar. Desenhei um sorriso bonito e acima de tudo natural, que encaixou no seu rosto na perfeição.
A sua condição dentária era muito precária e por isso a única opção para restabelecer a estética e o conforto, foi a colocação de implantes dentários. Através de um scanner intra-oral, desenhámos as suas próteses digitalmente para garantirmos que nenhum detalhe fosse esquecido.
Acompanhei sempre o processo de elaboração da prótese para ter a certeza que conseguiríamos dar à Andreia, um sorriso jovem, funcional e mais importante, natural porque não queria, apesar de saber e apesar de ser a única solução, que a Andreia se olhasse ao espelho e percebesse que utilizava prótese.
O dia da colocação das próteses fixas foi um dia muito feliz para a Andreia, mas também para mim e para a minha equipa porque não há melhor sensação do que sentirmos que o nosso trabalho realmente pode ajudar alguém a olhar para a vida de outra forma.
